Escolas do Trabalho: Reflexões sobre Fábricas Ocupadas e Recuperadas pelos Trabalhadores
A pintura amarelo-suja e descascada do portão de entrada dava impressão de pobreza e abandono. Na portaria, os funcionários desuniformizados (fora do padrão globo de qualidade) realizam o ‘trabalho prescrito’ pelos antigos patrões: registravam o número de nossas carteiras de identidade e, em seguida, entregavam nossos respectivos cartões de visitante.... Isso tudo, sem a pomposidade habitual de uma empresa de renome internacional que, 1873, havia patenteado e lançado nos Estados Unidos uma fantástica máquina de escrever inventada por Chirstopher Lathan Sholes. No Brasil, a Remington – Indústria de Máquinas de Escrever chegou a ter 3000 trabalhadores; em fevereiro de 1992, existiam apenas 600 trabalhadores espalhados nos 83 mil m2 do parque industrial. Imensos galpões, muitas e muitas máquinas, mas apenas algumas delas funcionando... E os/as trabalhadores/as, onde estavam? O que pensavam sobre o mundo do trabalho? Que tipo de relações de convivência queriam construir ? Conseguiriam sobreviver à perversidade do mercado capitalista? Além de garantir seus postos de trabalho, o que mais desejavam?